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The Red Strings club: O dilema entre liberdade e felicidade.

A cidade se levanta entre prédios de neon pixelizados do lado de fora do The Red Strings Club. Do lado de dentro do bar, um hacker, uma ciborgue e um barman com habilidades mediúnicas buscam uma forma de derrubar uma corporação que planeja dominar a humanidade. É este cenário futurista construído por uma sociedade corrompida que ambienta o game indie do estúdio Deconstructeam, distribuído pela Devolver Digital.

Uma tecnologia capaz de eliminar seus maiores medos e limitações é uma solução tentadora, afinal. Um mundo livre de raiva e intolerância pode ser um mundo livre de violência. Um mundo livre de medo pode ser um mundo promissor e contemplado por total felicidade. Mas qual a coerência de felicidade em um mundo artificial? O quanto os sentimentos ditos ruins são necessários para a evolução e crescimento dos indivíduos? Quão saudável seria uma sociedade sem filtros de realidade, sem enfrentamentos e discussões que podem encaminhar ao progresso? Diante de tanto poderio tecnológico, perde-se muito da consciência de humanidade e jogo deixa isso claro ao insinuar uma espécie de segregação entre aqueles que usam os experimentos e os que se negam e, na linha Black Mirror de pensamento — aproveitando a deixa –, a tecnologia surge com um retrocesso, oferecendo soluções para problemas até então inexistentes.

 

A liberdade está em risco

As temáticas da humanidade nas máquinas, muitas vezes capazes de sentir mais empatia pelo próximo do que o próprio ser humano; do livre arbítrio e das escolhas que tornam cada ser único e, ainda assim, acorrentado a uma série de imposições sociais impostas por fascistas; das crenças e das defesas destas opiniões a qualquer custo, mesmo que isso signifique transformá-las em uma espécie de religião; e da crescente inovação tecnológica em prol da sociedade em paralelo com o seu limite, desafiando questões de cunho ético e moral; não são exatamente novidades.

Ao final, podemos ter como pensamento que nos é trago sobre a felicidade e livre arbítrio, ja que uma das premicias do game é debatido sobre a tecnologia que controla o sentimentos do portador, o deixando mais feliz ou até mesmo mais triste se for da vontade da big tech continental, ou melhor se caso essa empresa resolver apoiar candidatos políticos a sua vontade? fazendo com que  toda vez que a pessoa veja tal político ela se sinta feliz? o impacto que isso pode causar em uma eleição majoritária? isso pode ser equiparável ao poder de BigTechs do mundo real, especialmente as redes sociais que tem poder de influenciar muito com o famoso ‘algoritmo’,  o poder que elas possuem, e o pior das coisas e que quem pode regulamenta-las? quem decide o que é algo que pode ser circulado por elas? o governo? governos que possam decidir o que pode ou nao ser postados em redes sociais nao soa como algo muito justo, visto que quem ta no poder pode mudar as regrinhas a seu favor, complicando muito a situação de manipulação de massas.

 

Outro ponto abordado é a falta de ‘humanidade’ da humanidade que deixa de tratar de sentimentos intricicamente ligados a natureza do ser humano para se tornar cada vez mais frio, algo a ser abordado é que: como nossa socedade perdeu a capacidade de lidar com certas situações, atualmente as pessoas não sabem como lidar com o tédio, sempre tem que estarem com altos níveis de adrenalina, o mesmo ocorre com o luto, todos passam a impressão que irão viver para sempre e não aprendem a lidar com essas sensações e com certeza se essa tecnologia fosse acessível a grande maioria do globo teria ela na cabeça para não ter que lidar com a própria natureza.

O que Red Strings club nos traz de melhor é nos forçar um pensamento de como lidar com esses dilemas, se precisamos de liberdade para sermos felizes e se não, o que nos garante que é realmente felicidade?

Muitas obras recentes como a série Altered Carbon e o game Nier: Automata; e antigas como o filme Blade Runner (baseado em um livro de Philip K. Dick) e a franquia Battlestar Galactica também abordam esses assuntos. O diferencial em The Red Strings Club é a maneira como a narrativa se desenvolve, novamente utilizando de poucas, mas efetivas mecânicas, e mostrando abertamente questionamentos dignos de um episódio de Black Mirror.

 

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