
O filme “Batman- O cavaleiro das trevas”faz uma excelente abordagem a temas filosóficos dentre eles o mais explícito é “o ser humano é naturalmente inclinado para o mal”, conceito defendido pelo pensador Thomas Hobbes, neste conceito Hobbes traz que em situações de desespero o ser humano tende optar pelo mau desde que seja beneficiado. Destaca-se como principal cena do filme a cidade sendo evacuada em duas balsas onde uma delas está com civis de bem e a outra está com criminosos e o vilão Curinga sabota-as com barris de gasolina e explosivos, nas embarcações estavam os detonadores invertidos, seu principal objetivo era mostrar que nas situações de desespero as pessoas se corrompem e se voltam contra os outros, no em tanto a ação foi frustrado, pois em ambas as embarcações não houve quem teve coragem de acionar o detonador.
Fazendo um paralelo com o ocorrido da cena e como esse conceito do Hobbes, fica explicito o conceito é questionável se ele está correto, pois esse desfecho foi iniciado justamente pelo lado que é julgado como os errados da sociedade levando a refletir será que o homem realmente tem essa inclinação para o mal? Para Hobbes sim, mas para Jean-Jacques Rousseau “O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe.”, a cena demonstrou que mesmo aqueles que cometeram crimes não foram capazes de detonar a outra embarcação demostrando que existe bondade em seu coração, mas se foram condenados é porque fizeram algo ruim, se fizeram algo de ruim é porque no momento não tinha bondade em seu coração, indo de encontro com o conceito do Jean-Jacques Rousseau.
O pensador John Locke também tenta explicar essa situação, afirmando que “todas as pessoas nascem sem conhecimento algum (i.e. a mente é, inicialmente, como uma “folha em branco”), e todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido através da experiência”, podendo concluir que dependendo de quais experiências forem preenchidas será a sua natureza, mas nada impede que em um determinado ponto tenha uma experiência forte que mude seu jeito de ser. Um exemplo dado nesse filme é quando o promotor Harvey perde Rachel pelo plano do Curinga, onde o Batman conseguiu salvar apenas ele e não sua amada, sendo que Harvey não foi salvo totalmente inteiro, ficou com metade de seu rosto totalmente queimado. Com tanta dor física e psicológica bastou apenas uma pequena intervenção do vilão para corromper Harvey demonstrando que a melhor pessoa pode se tornar a pior pessoa nas circunstâncias apropriadas.
Batman, o protagonista do filme, também amava a Rachel e queria fazer de tudo para ficar com ela. No filme anterior “Batman Begins” ela descobre que ele é o Batman e lhe fez uma proposta bem complicada, pois ela queria ficar com ele, mas teria que deixar de fazer seus atos heroicos então ele entra em um grande dilema porque a amava, mas não queria deixar de ser o Batman sem que completasse sua tarefa de limpar Gotham, pois a sua figura de herói surgiu quando seus pais foram assassinados, jurando vingança contra os criminosos.
A criação do Batman se deu devidos vários fatores, dentre eles dois se destacam o primeiro foi quando ao seis anos ele caiu no poço cheio de morcegos, onde mesmo após ser resgatado por seu pai não deixou de reviver cada momento em seus sonhos e o segundo ocorreu quando tinha 8 anos seus pais são assassinados. O Bruce Wayne, o Batman, teve bastante influência, enquanto pequeno, do Zorro e do Sherlock Homes. Após dar início a sua vida de herói contou com muita ajuda, como: seu Mordomo e o tenente da polícia. Ao final do filme o tenente diz uma frase muito reflexiva “Ele é o herói que Gotham merece e não o que ela precisa.”, essa frase leva a pensar o que é ser um herói que um local merece, mas não o que precisa? Porque teoricamente a imagem do herói é alguém se dispôs para ajudar a polícia contra o crime e deveram receber tal mérito, mas não é o que foi visto ele é perseguido, mesmo fazendo o certo a única diferença são as regras que eles seguem, no caso do Batman, uma única regra onde ela não quebra, ele não fala qual é mas ao prestar atenção no filme percebe que a regra é não matar, que é onde o Curinga vê um ponto frágil para corrompe-lo, mas ele segue firme e não à quebra.
Fazendo um paralelo com o conceito de do Hobbes com a figura do Batman, podemos perceber que suas ações segue contra Hobbes, pois ele, pelo fato de agir como justiceiro, nega o estado que para esse pensador é chamado de Leviatã que ele serve para pôr ordem, mas ele ao ver tantas pessoas que causando o mau decide se tornar um justiceiro negando as regras do estado e segundo a sua regrada e fazendo as coisas da maneira dele. Parando para pesar sua ações não são corretas, pois vão de encontro com as leis do estado, ou seja, comete crimes, isso faz que seu personagem ser muito complexo.
Adriel Prado